segunda-feira, 17 de agosto de 2009
15/08 Iemanjá ; 16/08 Obaluaê
Esse final de semana que acabou de passar foi muito celebrado nos terreiros por comemorarmos dia de Nossa Senhora da Glória (Iemanjá) no dia 15/08 e São Roque (Obaluaê) no dia 16/08.
Iemanjá, como todos sabem, é a rainha do mar, sereia sagrada é considerada mãe de todas as cabeças. Ela é quem ampara a cabeça dos bebês no momento do nascimento. È a senhora das águas salgadas e será ela quem proporcionará boa pesca nos mares, regendo os seres aquáticos e provendo o alimento vindo de seu reino.
Iemanjá é a onda do mar, o maremoto, a praia em ressaca, a marola etc. Ela quem controla as marés e protege a vida no mar.
A figura de Obaluaê é cercada de mistérios e dogmas. A ele é atribuído o controle sobre todas as doenças, especialmente epidemias.
Obaluaê tanto pode trazer a cura como também pode causar a doença. É o senhor dos espíritos encarnados e desencarnados, é responsável por cuidar da nossa passagem deste mundo para o espiritual.
Conhecido como médico dos pobres, ele está ligado à terra, assim como a morte.
Tem o seu rosto coberto pelo Filá (feito de palha da costa), pois a todos é proibido ver seu rosto.
Saudação: Atotô Obaluaê!
Atotô = escutai, silêncio
Obaluaê = Oba (rei) ; Luayê (céu e terra)
Portanto quando saudamos esse orixá pedimos silêncio para o Rei do Céu e da Terra.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Ogã - A responsa é grande, mas muito recompensadora.
Mês de agosto e nada melhor do que iniciar este blog justamente nessa data: 2 de agosto de 2009. Primeira segunda-feira do mês em que homenageamos o senhor Obaluaê.
A criação deste é para a divulgação das cantigas, estórias e conhecimento dos cultos afro-brasileiros.
Fiquem a vontade para mandar cantigas, sugestões e/ou críticas.
Num terreiro, seja ele de qualquer linha, são utilizados três atabaques: Rum, Rumpi e Lê.
O Rum é o atabaque maior, com o som mais grave. É responsável em iniciar o toque do ponto que está sendo cantado e dobrar ou repicar o toque para que não fique sempre um toque reto e torne-se repetitivo.
O Rumpi é o segundo atabaque maior, tendo como importância responder ao toque do Rum e responsável por manter a sequência do ritmo e velocidade.
O Lê é o atabaque menor. É responsável por fazer a marcação do ritmo, passando segurança ao Rumpi e Rum. Normalmente utilizado por Ogãs iniciantes.
Os três atabaques são responsáveis pela convocação dos deuses através dos toques.
É comum encontrar em alguns terreiros outros instrumentos além do atabaque. Nesses casos são utilizados Agogô e Xequerê.
Os atabaques são instumentos de grande importância dentro da casa, pois são firmezas da casa e do zelador de santo. Por isso devemos respeitá-los bastante. Cada atabaque é dado para um Orixá (ou Caboclo) variando de casa para casa.
Geralmente são feitos de madeira de lei como jacarandá, mogno ou cedro cortados em ripas largas e presas umas às outras com arcos de ferro de diâmetros diferentes que, de baixo para cima, dão ao instrumento uma forma cônica-cilíndrica. Na parte superior, a mais larga, são utilizados ganchos para prender um pedaço de couro (de boi ou cabrito) bem curtido e bem esticado por um sistema de cravelhos ou por cunhas de madeiras.
O couro necessita de cuidados especiais para uma maior duração, sonoridade e maciez. Passamos azeite de dendê ou azeite doce e colocamos no Sol para que o couro fique bem esticado.
O responsável por tocar os atabaques é chamado de Ogã. Para ser um ogã não basta apenas saber tocar, mas também é necessário conhecer os fundamentos da casa e saber puxar a cantiga na hora certa. Por isso é um cargo de grande responsabilidade no terreiro.
Um ogã, dentro do ritual, deve sempre estar de roupa branca e com suas guias. Deve, também, ser responsável e sério, sem brincadeiras atrás do atabaque, cumprir com suas obrigações como ogã da casa seguindo os fundamentos com atenção procurando sempre aprender mais e aperfeiçoar os toques e cantigas a serem usadas na hora certa.
Assim como todos os outros filhos, dois dias antes da data do ritual deve-se manter um preceito a fim de manter-se com o corpo limpo, pois durante o ritual, após a incorporação do chefe de gira, é responsável por segurar toda a gira para que a vibração não caia.
Vários fatorem influenciam no toque a ser utilizado em uma cantiga, um dos mais importantes é o ritmo em si. Cada toque possui um balanço e ritmo característicos que o tornam diferentes dos outros. Ao ouvir uma cantiga nova o ogã deve encaixar um toque que se adapte melhor à melodia cantada. Para isso o ogã deve conhecer vários toques e pontos diferentes.
Toques bastante conhecidos no Brasil:
Adarrum; Aguerre; Alujá; Arrebate; Apaninjé; Barra Vento; Bravum; Cabula; Congo; Congo de Ouro; Ijexá.
É muito recompensador quando vemos os deuses dançando ao som do atabaque e da voz do ogã.
Sou muito feliz por ser feito Ogã d'Obaluaê. Sou Fábio d'Oxóssi.
Para finalizar, por hoje, deixo uma cantiga homengeando meu pai, senhor da palha, da cura física e espiritual: Obaluaê.
Atotô, meu senhor!
Atotô Obaluaê !!!
Toque: Ijexá
Se você está sofrendo
Num leito frio com dor.
Com pipoca e dendê
muita gente ele curou.
Se você está doente
e não pode se levantar.
Peça proteção a Ele
que Ele vai te ajudar.
Obaluaê!
É Obaluaêêê
É Obaluaê, Seu Atotô!
É Obaluaêêê
É Obaluaê
É o senhor das Almas,
do início e do fim.
Oh meu senhor das palhas
tenha muita dó de mim
Na procissão das almas
que partem pro infinito
Ele vai mostrando a elas
Um mundo mais bonito.
Obaluaê!
É Obaluaêêê
É Obaluaê, Seu Atotô!
É Obaluaêêê
É Obaluaê
A criação deste é para a divulgação das cantigas, estórias e conhecimento dos cultos afro-brasileiros.
Fiquem a vontade para mandar cantigas, sugestões e/ou críticas.
- Atabaques
Num terreiro, seja ele de qualquer linha, são utilizados três atabaques: Rum, Rumpi e Lê.
O Rum é o atabaque maior, com o som mais grave. É responsável em iniciar o toque do ponto que está sendo cantado e dobrar ou repicar o toque para que não fique sempre um toque reto e torne-se repetitivo.
O Rumpi é o segundo atabaque maior, tendo como importância responder ao toque do Rum e responsável por manter a sequência do ritmo e velocidade.
O Lê é o atabaque menor. É responsável por fazer a marcação do ritmo, passando segurança ao Rumpi e Rum. Normalmente utilizado por Ogãs iniciantes.
Os três atabaques são responsáveis pela convocação dos deuses através dos toques.
É comum encontrar em alguns terreiros outros instrumentos além do atabaque. Nesses casos são utilizados Agogô e Xequerê.
Os atabaques são instumentos de grande importância dentro da casa, pois são firmezas da casa e do zelador de santo. Por isso devemos respeitá-los bastante. Cada atabaque é dado para um Orixá (ou Caboclo) variando de casa para casa.
Geralmente são feitos de madeira de lei como jacarandá, mogno ou cedro cortados em ripas largas e presas umas às outras com arcos de ferro de diâmetros diferentes que, de baixo para cima, dão ao instrumento uma forma cônica-cilíndrica. Na parte superior, a mais larga, são utilizados ganchos para prender um pedaço de couro (de boi ou cabrito) bem curtido e bem esticado por um sistema de cravelhos ou por cunhas de madeiras.
O couro necessita de cuidados especiais para uma maior duração, sonoridade e maciez. Passamos azeite de dendê ou azeite doce e colocamos no Sol para que o couro fique bem esticado.
O responsável por tocar os atabaques é chamado de Ogã. Para ser um ogã não basta apenas saber tocar, mas também é necessário conhecer os fundamentos da casa e saber puxar a cantiga na hora certa. Por isso é um cargo de grande responsabilidade no terreiro.
Um ogã, dentro do ritual, deve sempre estar de roupa branca e com suas guias. Deve, também, ser responsável e sério, sem brincadeiras atrás do atabaque, cumprir com suas obrigações como ogã da casa seguindo os fundamentos com atenção procurando sempre aprender mais e aperfeiçoar os toques e cantigas a serem usadas na hora certa.
Assim como todos os outros filhos, dois dias antes da data do ritual deve-se manter um preceito a fim de manter-se com o corpo limpo, pois durante o ritual, após a incorporação do chefe de gira, é responsável por segurar toda a gira para que a vibração não caia.
- Os toques
Vários fatorem influenciam no toque a ser utilizado em uma cantiga, um dos mais importantes é o ritmo em si. Cada toque possui um balanço e ritmo característicos que o tornam diferentes dos outros. Ao ouvir uma cantiga nova o ogã deve encaixar um toque que se adapte melhor à melodia cantada. Para isso o ogã deve conhecer vários toques e pontos diferentes.
Toques bastante conhecidos no Brasil:
Adarrum; Aguerre; Alujá; Arrebate; Apaninjé; Barra Vento; Bravum; Cabula; Congo; Congo de Ouro; Ijexá.
É muito recompensador quando vemos os deuses dançando ao som do atabaque e da voz do ogã.
Sou muito feliz por ser feito Ogã d'Obaluaê. Sou Fábio d'Oxóssi.
Para finalizar, por hoje, deixo uma cantiga homengeando meu pai, senhor da palha, da cura física e espiritual: Obaluaê.
Atotô, meu senhor!
Atotô Obaluaê !!!
Toque: Ijexá
Se você está sofrendo
Num leito frio com dor.
Com pipoca e dendê
muita gente ele curou.
Se você está doente
e não pode se levantar.
Peça proteção a Ele
que Ele vai te ajudar.
Obaluaê!
É Obaluaêêê
É Obaluaê, Seu Atotô!
É Obaluaêêê
É Obaluaê
É o senhor das Almas,
do início e do fim.
Oh meu senhor das palhas
tenha muita dó de mim
Na procissão das almas
que partem pro infinito
Ele vai mostrando a elas
Um mundo mais bonito.
Obaluaê!
É Obaluaêêê
É Obaluaê, Seu Atotô!
É Obaluaêêê
É Obaluaê
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